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Exposição “Passado/Futuro/Presente”

Quando se fala em “arte brasileira”, o que lhe vem em mente?

Como todo rótulo, a noção de “arte brasileira” que existe no nosso imaginário é composta de imagens e ideias que fazem um recorte da realidade, para torná-la mais simples de digerir. Uma mente levemente inserida no conhecimento sobre a arte no Brasil talvez volte até Anita Malfatti, passe pelo modernismo da Semana de 22 e suas reverberações nas décadas seguintes, pule para o neoconcretismo, lembre de Helio Oiticica (e de muitos outros ícones da nossa história da arte) e, ao chegar no nosso tempo, perceba que hoje o encurtamento das fronteiras geográficas tenham tornado mais complexa a noção de brasilidade.

A exposição “Passado/Futuro/Presente” é uma mostra de arte brasileira. Ou de arte do Brasil. Ou feita por artistas brasileiros. Forte como é o imaginário do que é “arte brasileira”, fica estranho chamá-la assim. São obras do acervo do MAM das décadas de 1990/2000 que mostram como, a partir de certo momento, a produção brasileira rompeu com essa essência de brasilidade, fosse abrindo mão dos símbolos que compunham uma identidade da arte brasileira, fosse ironizando e criticando esses rótulos. A brasilidade se alarga e nela aparece a diversidade e a multiplicidade de expressões, de referências, de fronteiras geográficas e temporais.

O título é um convite a olhar as obras com essa visão expandida, abolindo a leitura cronológica e entendendo que, nesse complexo que resulta na produção artística brasileira dessas duas décadas, tudo é presente.

Por que ver essa exposição?

A seleção de obras é um recorte interessante para entender a arte que se estava produzindo no Brasil naquele momento, principalmente quanto às obras críticas a temas que ainda são bem atuais: objetificação da mulher, indústria da beleza, uso e ocupação dos espaços urbanos, desigualdade social.

Dicas para visitação

  • A exposição não tem um percurso definido. Se quiser seguir um percurso, tenho duas sugestões: ir por um lado do pavilhão e voltar pelo outro, ou começar pelo final e ir voltando.
  • A mostra está dividida em 5 núcleos temáticos que ajudam a compreender as obras.
  • O MAM pede que mochilas e bolsas grandes sejam deixadas no guarda-volumes. Minha dica é: deixe tudo! Quanto menos peso, mais confortável a visita.
Curadoria de Vanessa Davidson e Cauê Alves.
De 12/01 a 31/03/2019
Museu de Arte Moderna de São Paulo
Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Ingresso: R$7,00. Grátis aos sábados.

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